Pandemia do Coronavírus agravou desemprego entre o público jovem e organizações investem em tecnologia para reverter quadro
“Como vou entrar no mercado de trabalho se as empresas sempre pedem experiência comprovada? Se eu não tiver uma primeira oportunidade, nunca terei essa experiência!” Essa é a principal angústia dos jovens quando chegam na idade de começar a trabalhar. Pensar em soluções para inserir o jovem no mundo do emprego é um dos motivos da criação do Dia Internacional do Jovem Trabalhador, comemorada no próximo 24 de abril.
A data foi idealizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e junto com a Lei da Aprendizagem e programas de aprendizagem buscam sensibilizar e criar mecanismo na sociedade para criar vagas de empregos a esses jovens. “Eles já eram os mais atingidos pelo desemprego mesmo antes da pandemia do Coronavírus”, explica Valdinei Valério, presidente do Instituto Promover (Iphac), organização que trabalha pela inclusão laboral de jovens em situação de vulnerabilidade por meio da Educação, Cultura, Tecnologia e Assistência Social.
Valdinei conta que no período de pandemia da Covid-19, o Iphac está se desdobrando para evitar que esse número de desemprego e de jovens “nem-nem”, que não trabalham e não estudam, aumente ainda mais. Ele cita três estudos feitos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em novembro do ano passado sobre os Jovens e o Mercado de Trabalho na Pandemia. “Os dados mostraram que a crise econômica decorrente da pandemia de Covid-19 afeta mais fortemente e com maior rapidez os jovens – especialmente as mulheres”, revela.
Segundo a OIT, em todo o mundo, mais de 1 em cada 6 jovens deixou de trabalhar desde o início da pandemia, e o número de jovens desempregados chega a 67,9 milhões. Em 2019, o Brasil tinha 47,2 milhões de jovens de 15 a 29 anos, que representavam 28% da população ativa acima de 15 anos. Em Goiás, esse número está em levantamento por organismos governamentais. “A pandemia potencializou a dificuldade que o jovem já tinha de se inserir no trabalho e de ter acesso à educação, tecnologia e outras armas contra a vulnerabilidade social”, diz Valdinei.
Para reverter parte desses números, o Iphac tem investido em tecnologia e cursos online que vão desde aprender a fazer o próprio currículo, dar uma entrevista de emprego até ser um programador. Tudo é feito para qualificar os jovens e estimular as empresas a não apenas cumprirem a Lei do Estágio e a Lei da Aprendizagem, mas a aumentarem as vagas e oportunidades a esse público.
“Temos mostrado que além de fazer o bem e cumprir a lei, o empresário tem a vantagem de otimizar sua equipe, pois nossos jovens são preparados para inovação, criatividade e empreendedorismo”, avalia o presidente. “O empresário só tem vantagens em oferecer essa primeira oportunidade aos jovens”, finaliza Valdinei.