O ensino em salas de aulas tradicionais e presenciais não é, há algum tempo, a única forma de aquisição de conhecimentos. Isso é o que chamamos de democratização do ensino-aprendizagem, pois leva educação para locais e pessoas que, muitas vezes, não teriam acesso a cursos, escolas e universidades.
E para jovens que entram no mercado de trabalho por meio de programadas de aprendizagem, os ambientes virtuais de ensino são ferramentas essenciais para a continuidade e dinâmica necessárias para que os estudos e análises não sejam burocratizados.
O Brasil já conta com a força dos ambientes virtuais de aprendizagem há muitos, por meio de programas como o Promover Aprendiz, do Instituto Promover – Iphac. Mas essa realidade pode mudar com a publicação de uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego.
O objetivo da medida é reduzir as aulas online e o acesso às plataformas, com reforço das atividades presenciais. Mas o que nós precisamos é que estes instrumentos sejam operados com mais clareza, de forma híbrida, ou até mesmo online. Não podemos perder a oportunidade de explorar o potencial do jovem que é tech. Não deveríamos retroceder, mas trazer a aprendizagem para o momento que estamos vivenciando hoje.
A tecnologia está em um patamar de protagonismo no processo de formação do aprendiz. É o que as empresas esperam, especialmente as que atuam por meio de plataformas. Negar os avanços é também negar o direito do jovem de se manifestar. Jovens aprendizes e estagiários possuem conhecimentos atualizados de tecnologia e inovação, contribuindo para o sucesso de suas carreiras e das empresas em um mercado em constante evolução.
A nossa vivência mostra que os jovens têm crescido em um ambiente imerso na tecnologia, como reais nativos digitais e familiarizados com as mais recentes tendências tecnológicas. De acordo com dados mais recentes do IBGE, 91% dos jovens entre 18 e 29 anos possuem smartphones com acesso à internet no Brasil. Além disso, pesquisas revelam que a Geração Z, nascida entre meados dos anos 1990 e início dos anos 2010, é altamente conectada e possui habilidades digitais superiores às gerações anteriores.
Ainda a ser considerado neste processo de aprendizagem está a visão de que os jovens são mais propensos a correr riscos e experimentar inovadoras abordagens. Eles não têm medo de questionar os sistemas das empresas de e propor mudanças dentro das organizações. Dessa forma, eles trazem uma mentalidade empreendedora para seus empregadores, estimulando a busca por soluções criativas e disruptivas.
E para que este processo de conhecimento caminhe na mesma velocidade dos avanços tecnológicos, não é racional que voltemos a um sistema analógico de ensino, com preferência a cursos e eventos fora das plataformas de ensino. É claro que, em todo caso, devemos analisar as condições de acessibilidade, qualidade da internet e estruturas básicas que a vida digital exige.
Pois assim, com o fornecimento de ferramentas aos jovens, programas de aprendizagem e estágio estruturados, com mentoria e acompanhamento adequado, permitem que os jovens contribuam de maneira significativa para o crescimento das organizações. Ao mesmo tempo, as empresas se beneficiam do acesso a novas tecnologias, insights e perspectivas frescas, garantindo uma vantagem competitiva no mercado.
Valdinei Valério, presidente do Instituto Promover – Iphac