O programa Jovem Aprendiz da Saneago recebeu mais de 13 mil inscrições para 266 vagas distribuídas em 107 municípios goianos, evidenciando a alta demanda por oportunidades de formação e inserção no mercado de trabalho. O processo seletivo, realizado pelo Instituto Promover (IPHAC), demonstra o impacto positivo da aprendizagem na vida dos jovens e reforça a necessidade de mais iniciativas como essa.
Para o presidente do IPHAC, Valdinei Valério, a grande procura reflete o sucesso do modelo de aprendizagem na qualificação profissional de adolescentes e jovens adultos. Ele destaca a importância do apoio dos governos federal, estadual e municipal para incentivar as empresas a ampliarem essas oportunidades. “No programa Jovem Aprendiz, os meninos e meninas não precisam deixar a escola para ter uma renda e se profissionalizarem”.
Vagas, benefícios e etapas do processo seletivo
As oportunidades são destinadas a jovens de 14 a 22 anos e candidatos PCDs de qualquer idade. O regime de trabalho é de 20 horas semanais, com opção de turno matutino (7h30 às 11h30) ou vespertino (13h30 às 17h30). A remuneração inclui 50% do salário mínimo (R$ 759) e vale-transporte.
A seleção ocorre em etapas: a prova online, prorrogada até 5 de fevereiro. O gabarito provisório será publicado no dia 6 de fevereiro, com possibilidade de interposição de recursos nos dias 6 e 7 de fevereiro. A lista de classificação final será divulgada em 10 de fevereiro, e os candidatos aprovados deverão apresentar a documentação para contratação a partir do dia 12 de fevereiro.
Os inscritos devem acompanhar todas as atualizações pelo site do IPHAC, onde o edital e demais informações estão disponíveis.
Lei do Jovem Aprendiz impulsiona o primeiro emprego
A Lei do Jovem Aprendiz (Lei 10.097/00) tem se mostrado uma ferramenta essencial para a inclusão produtiva da juventude brasileira. No primeiro semestre de 2024, 58.656 jovens foram contratados por meio do programa, um crescimento de 8,39% em relação a 2023, consolidando-se como o melhor resultado semestral desde a criação da lei.
Além de promover a qualificação profissional, o programa combate a evasão escolar, já que 51,70% dos aprendizes estão no ensino médio e conciliam os estudos com o trabalho formal. Outro dado relevante é a presença feminina: 52,60% dos aprendizes são mulheres, indicando avanços na igualdade de oportunidades no mercado.
Para Valdinei Valério, o aumento das contratações reflete o impacto positivo da política pública, mas ainda há desafios. “A grande demanda por vagas de aprendizagem, como ocorreu na Saneago, mostra que os jovens querem e precisam de oportunidades. É fundamental que governos e empresas ampliem esse acesso”, defende.
A legislação determina que empresas de médio e grande porte reservem de 5% a 15% de suas vagas para aprendizes. Além da experiência prática, os jovens têm direitos garantidos, como salário proporcional, FGTS, 13º salário, vale-transporte e férias alinhadas ao calendário escolar.
Embora os números sejam positivos, o mercado ainda precisa absorver mais jovens. O governo federal vem adotando medidas para fortalecer o programa, como a reativação do Fórum Nacional da Aprendizagem e a criação do Pacto pela Juventude, iniciativas voltadas à qualificação e ao combate ao desemprego juvenil.
“O jovem aprendiz não precisa abandonar a escola para trabalhar. Ele pode se qualificar e garantir um futuro melhor. Precisamos estimular cada vez mais empresas a aderirem a esse modelo, que beneficia não só os jovens, mas toda a sociedade”, conclui o presidente do IPHAC Valdinei Valério.
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